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COLUNA DO BRIDGE - ALEXANDRE MISK

AGORA É TARDE


Vejam como o bridge pode ser surpreendente. Às vezes você joga muito confiante, relaxado e quando você vê, já se ferrou todo.

Era um final de tarde agradável, com temperatura amena, tranquila. Eu estava no Bridge Clube jogando um torneio de duplas. Tudo corria bem, já imaginava os cumprimentos de sempre pelo primeiro lugar.

Para a última rodada, sentaram-se duas senhoras muito simpáticas. Uma delas me presenteou com uma garrafa de uma cachaça especial, que ela faz na sua fazenda e que eu aprecio muito.

Mas vamos ao bridge, que é o que interessa:

Leilão
NESW
--1C2O
4 OP4CP
PP

Minhas cartas:
6
AK1043
K52
A1093

Cartas do morto:
K7432
DJ2
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KJ862

Saída Dama de Ouros

Pensei comigo: dá para ganhar 6. Com o ás de ouros em E, as outras cartas chaves devem estar em W. Pôxa! Será que alguém vai marcar? Posso jogar paus para o ás, ouros corta, dama de copas cobre de ás, destrunfo e acerto os paus. Tranquilo.

Mas algo me incomodava... Então resolvi jogar para fazer só 5. Pronto. Está resolvido.

Bati a dama de copas: pequena, pequena, W baldou espadas! Um pouco atordoado, só uma coisa me aliviava. Pelo menos os reis estão bem colocados. Bati o valete de copas, joguei paus para o ás, destrunfei (W baldando 3 espadas e 2 ouros). Parei para pensar: parece que E tem 4 espadas de ás, chicana de copas, 6 ouros de dama valete e 3 paus de dama. Convicto, joguei paus para o valete. Este ganhou de dama e jogou ouros. Joguei o rei, oeste ganhou de ás e estou caindo até hoje. Perdi 3 ouros, 1 espadas e 1 paus. Duas downs!!! Zero absoluto. Pesadelo.

Esqueci-me de contar: em oeste jogava minha mãe, 86, para quem sair de Q com AQJ10XX é normalíssimo e em este, D. Clarice, 88!




naipes do baralho