Mão do Ozdil, que vai jogar o Brasileiro 2023!

Mão número: 10  (2023-06-28)

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DJ3
KJ107
AJ942
9
NorteEste SulOeste


Hoje trago uma bolsa a mim encaminhada por Paulinho Brum, mas não da sua lavra. Seu autor é pouco conhecido pela grande maioria dos jogadores brasileiros, entretanto, não tão ignorado pelos mais aficcionados. Trata-se de Ozdil, nascido turco, hoje radicado nos EUA. Provavelmente, irá estar conosco no Brasileiro de Salvador, em outubro. Assim esperamos. A bolsa contempla um ensinamento precioso para mim e muitos neófitos como eu, ainda engatinhando pelos obscuros caminhos do Bridge. Ozdil em Sul.

Saída de Oeste: pequena espadas.




Posição final das cartas

986
AD6
K
ADJ542






DJ3
KJ107
AJ942
9


O carteio:

Ozdil deduziu, na primeira vaza, que a saída de Oeste corresponderia à quarta carta de um naipe de cinco espadas. Não, ele não é mágico, nem adivinho. Simplesmente, a pequena carta de espadas de Este revelava que as honras se encontravam na mão de Oeste. E por que cinco espadas e não quatro? Pelo simples fato de quem dispõe apenas de quatro cartas geralmente bate a honra na saída. Ora, se Oeste detém todas as honras de espadas, também é certo não possuir o K de paus, caso contrário teria entrado no leilão. Eis aí a primeira lição de como um grande craque raciocina na mesa de jogo. Portanto, ele sabe que não pode fazer a finesse de paus. Perderá para o K de Este que retornará espadas como um tiro arruinando o contrato. Assim, Sul iniciou seu carteio, logo depois de fazer a primeira vaza com a Dama de espadas, batendo as vencedoras de copas para ver o que acontece. Na terceira copas, Oeste baldou um paus, na quarta copas, outra balda de paus. Neste exato instante, Ozdil vislumbrou a sua chance de sucesso. Bateu o K de ouros, bateu o Ás de paus e entregou a mãe para Oeste em espadas. Esse, por sua vez, bateu as suas quatro espadas restantes e, irremediavelmente encerrado, foi obrigado a abrir ouros para o As e J do carteador.

Vejam que leitura extraodinária de mão do Ozdil. Confesso que fiquei encantado com o seu carteio. Por sua vez, Paulinho Brum, cujo patamar bridgistico está muitos furos acima, apesar de reconhecer o mérito do carteador, dá maior relevância à defesa dos adversários. Ele esclarece como não cair na armadilha plantada pelo carteador. Parece absolutamente intuitivo baldar paus, entretanto, é através dos paus que o adversário ( Oeste) mantém contato com seu parceiro. Se ele balda apenas um paus, Sul não pode mais ganhar seu contrato. No caso dessa bolsa, ambos os Oestes erraram o ataque. Observem que se Oeste balda ouros e desguarnece a Dama terceira, isso não acarreta grande significado porque os ouros nasceram bloqueados. Em suma, uma bolsa digna de majestades do Bridge.